Quando as pessoas me conhecem, pensam: "Nossa, mas você não é gorrrrda, porque fazer uma gastro??" Desde nova, aprendi com o tempo a tentar não pensar muito no que os outros falam. Isso porque ninguém vive a nossa vida, sabe o que passamos. Um gordinho, obeso, sei lá, sempre vai ter alguém julgando tudo o que come, fala, faz. Era muito fácil julgar e falar: você não emagrece porque não quer, não tem empenho..Acham o que? Gostamos de ser gordos, ter dores nas costas, falta de ar, não achar roupas que nos sirvam adequadamente? Bem, por isso que não devemos pensar nos outros e sim e nós mesmos. Quando tinha 11 anos era uma criança normal, jogava basquete pela escola, não era a mais magra da turma,mas tinha meus 40 kg com 1,50 cm de altura. Um dia, acordei com dores de cabeça enjoo, e tudo mudou. Depois dali, um furacão passou na vida da minha família. Foi descoberto uma má formação cerebral, e operei a cabeça 2 vezes mais uma radio cirurgia. Fiquei 4 meses internada e passe de 40 kr para 80 kg neste tempo. Fiquei com um problema motor no lado esquerdo, o que gerou uma perna menor que a outra. Poderia ter me escondido atrás deste problema, mas depois de curada com as cirurgias, minha família lutou para que me recuperasse ao máximo, fazendo fisioterapia, terapia ocupacional, até que andasse mais certinho, somente mancando um pouco.
Depois desta fase, não fiquei atrás da minha deficiência. Na minha adolescência, joguei bola, namorei, tinha muitos amigos.Não conseguia reduzir meu peso, apesar de ir a endocrinologistas, fazer acompanhamento e tudo mais. Sou de família italiana, era difícil seguir qualquer dieta, além do que tomava remédios para controlar minha asma, então era corticoide o tempo todo. Meu peso variava de 75 a 80 este tempo.
Com 17 anos conheci meu marido, ele tinha 19 anos, era ator, tocava numa banda. Fazíamos parte de um grupo que curtia Arquivo X, e primeiro ficamos amigos, depois namorados. Namoramos pouco tempo, e fomos morar juntos em seguida. Fiquei grávida da minha filha Gillian em 2001, e na época engordei 23 kg!! AFF. Depois disso, sofri o inverso, emagreci demais, por conta de estresse, tensão do começo de casada, emagreci 30 kg. Na época me senti o máximo, mais magra, comecei a trabalhar e em pouco tempo, fui engordando novamente. Meus problemas respiratórios voltaram, assim como as dores nas costas. Comecei a trabalhar em um Banco, e com isso consegui com meu marido comprar a nossa casa na Moóca. Fiquei grávida do meu segundo filho, e nesta gravidez tive pressão alta, e engordei 9 kg desta vez. Quando tive o David estava pesando 95 kg.
O tempo passou, troquei de emprego, e resolvi casar na Igreja. Para casar, fiz mudanças na dieta novamente, e chequei a 76 kg. Casei em novembro/12 e tudo foi lindo. Depois disso, minha coluna começou a piorar. Eu já tinha problemas sérios no passado, por conta do meu encurtamento na perna afetar minha coluna, e meu médico me deu um ultimato: ou emagrecia, ou teria que operar a coluna. Depois de muitas injeções de cortisona depois, cheguei aos 90 kg. Mas estava disposta a emagrecer, a todo custo agora. Foi quando soube que uma amiga a Lu, havia feito a cirurgia de redução, mesmo não sendo obesa mórbida, pois ela tinha problemas nos joelhos além de um problema complicado nas articulações. Quando soube, marquei um almoço com a Lu e em poucos minutos de conversa estava decidida.
Um dado importante nesta história, a minha mãe também tinha sido muito obesa, chegou a pesar 130 kg, e fez a cirurgia Gastro Fobi-Capella aberta. Ela emagreceu e chegou a pesar 58 kg, fez a plástica no abdome, e seios. Hoje ela está com um pouco mais, mas está muito bem de saúde e feliz. Eu já conhecia a vida de uma pessoa operada com a gastro, logo a decisão foi tomada com muiiita consciência.
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